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2012 - Livro Vermelho 2013

Tillandsia grazielae D.Sucre & R.Braga EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-04-2012

Criterio: B2ab(iii,v)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Tillandsia grazielae é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente no Estado do Rio de Janeiro. A espécie ocupa uma AOO de apenas 16 km2, é rupícola e cresce sobre afloramentos rochosos na Serra dos Órgãos. Nenhuma das subpopulações conhecidas está protegida por unidades de conservação (SNUC) de proteção integral e, portanto, todas foram consideradas como uma única situação de ameaça. Atualmente, a espécie parece ocorrer apenas na localidade-tipo, muito próxima de uma rodovia federal. Essa área apresenta declínio contínuo da qualidade de hábitat e do número de indivíduos maduros, devido à incidência de diversas ameaças. Além dos incêndios frequentes e da coleta de indivíduos maduros para fins comerciais, a prática de atividades recreativas como a escalada em rocha vem causando danos à população da espécie. Assim, T. grazielae foi avaliada como "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tillandsia grazielae D.Sucre & R.Braga;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Tillandsia planorbis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

T. grazielae assemelha-se a T. organensis pelo hábito reduzido e caule curto, aparentemente ausente. Ambas as espécies possuem filetes não plicados. Entretanto, T. grazielae pode ser prontamente diferenciada pelas brácteas primárias vermelhas, pelas flores pediceladas com pétalas linear-lanceoladas e ápice arredondado (Tardivo, 2002).

Dados populacionais

A espécie teve ca. 2.600 indivíduos apreendidos no Orquidário Binot (Petrópolis) em 1995. Na localidade típica sua população à época era densa e formada por indivíduos isolados não formando touceiras. Parece ocorrer apenas na localidade-tipo. As coleções de herbário indicam que não foi coletada recentemente (Costa, com. pess.)

Distribuição

A espécie ocorre no bioma Mata Atlântica, exclusivamente no Estado do Rio de Janeiro (Forzza et al. 2011). Segundo Martinelli (1986/1988) a espécie é endêmica restrita, ou seja, com amplitude ecológica estreita e específica a um único habitat, de ocorrência em campos da altitude no município de Petrópolis, Morro do Cuca e montanhas adjacentes. Tardivo (2002) afirma que a espécie apresenta distribuição restrita, sendo encontrada no Parque Nacional da Serra do Órgãos, na região de Petrópolis e Teresópolis.

Ecologia

Segundo Martinelli (1986/1988); Benzing (2000) a espécie é rupícola. Ainda de acordo com Benzing (2000), apesar de a dispersão das sementes (realizada pelo vento) ocorrer em áreas com a presença de árvores, a espécie só cresce em rochas.Planta florida 8-15 cm de altura, epífita ou rupícola, mesofítica, isolada ou formando pequenas touceiras, com raízes presentes na planta adulta (Tardivo, 2002). O mesmo autor afirma que a espécie floresce de outubro a janeiro e plantas frutificadas podem ser encontradas até julho.

Ameaças

3.1.3 Regional/international trade
Detalhes Coletores irresponsáveis estão colocando em risco o futuro de espécies muito raras de Bromeliaceae. T. grazielae vários outros taxa são conhecidos apenas de um afloramento rochoso no Brasil. A espécie está entre as mais comercializadas nos Estados Unidos (Benzing 2000). O mesmo autor ainda relata que uma grande fração da população da espécie foi levada para a Alemanha em 1991, onde grande parte dos indivíduos morreram por negligência.

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Deficiente de Dados" (DD) no Anexo II da Instrução Normativa nº6, de 23 setembro de 2008 (MMA 2008)

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Tardivo, 2002)- APA Petrópolis com cinco RPPNs inseridas, somatizando ca. 265 ha (Monteiro et al., 2007).

4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Corredor de Biodiversidade Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).

Referências

- FORZZA, R. C.; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Tillandsia in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB006361>. Acesso em: 15 de Março de 2011.

- ROSÂNGELA CAPUANO TARDIVO. Revisão Taxonômica de Tillandsia L. Subgênero Anoplophytum (Beer) Baker (Bromeliaceae). Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2002.

- MARTINELLI, G.; VAZ, A. M. S. F. DA. Padrões Fitogeográficos em Bromeliaceae dos Campos de Altitude da Floresta Pluvial Tropical Costeira do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 64/66, n. 38/40, p. 3-10, 1986.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET ALSTEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Bromeliaceae. 2009. 186 p.

- BENZING, D. H. Bromeliaceae: Profile of an Adaptive Radiation. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press, 2000. 690 p.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, p. 209-258, 2008.

- MONTEIRO, A. L. M. DE; VIEIRA, C. L.; OLIVEIRA, M. F. P. A. DE ET AL. Área de Proteção Ambiental da Região Serrana de Petrópolis, Brasília, DF, 2007.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Tillandsia grazielae in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tillandsia grazielae>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/04/2012 - 11:45:50